O vaivém em torno da obra do esgoto do bairro Camobi, região leste de Santa Maria, teve um novo desdobramento. A Corsan rompeu, em definitivo e de forma consensual, o contrato com a Sul Cava, empresa responsável pela obra da rede. A rescisão ocorreu na última terça-feira e foi divulgada na sexta-feira pela companhia. Agora, uma nova licitação, segundo a Corsan, deve ser lançada nos próximos dias. Em uma previsão otimista, a obra parada desde o ano passado seria retomada entre setembro e outubro.
O fim do contrato com a vencedora da primeira licitação se arrastava desde o ano passado. Em outubro de 2014, a Sul Cava diminuiu a intensidade dos trabalhos até suspender por completo os serviços. À época, a empresa pedia à Corsan a liberação de um aditivo financeiro para dar continuidade aos trabalhos. Porém, a companhia não atendeu à solicitação da Sul Cava.
Iniciada em 2013, a obra deveria ser entregue no final deste ano, porém apenas 13% do serviços foram executados. Já a ligação das casas com a rede coletora só poderá ser feita quando a obra estiver concluída. Só então a população poderá ser beneficiada pelo investimento.
Orçada inicialmente em R$ 14,7 milhões, agora, o preço sofrerá uma ligeira alteração. A Corsan garante que tem o recurso e calcula que a nova licitação deva custar em torno de R$ 20 milhões. A ideia é que a abertura dos envelopes com as propostas das empresas ocorra em agosto. A estimativa é que, não havendo contratempos dentro da licitação, o processo seja concluído em 90 dias. Após a nova licitação, a obra deve durar mais 18 meses. O superintendente da Corsan, José Epstein, está otimista com a retomada dos trabalhos. Ele acredita que a nova empresa terá uma produtividade maior:
Queremos que a nova empresa faça, em média, quatro quilômetros de tubulação por mês. O objetivo é, sem dúvida, recuperar esse passivo e entregar a obra.
Até o fechamento desta edição, a prefeitura ainda não tinha sido notificada oficialmente sobre a rescisão.
Queda de braço
Desde o fim de 2014 até a semana passada, Corsan e Sul Cava travavam uma queda de braço. De um lado, a companhia alegava que não pagaria por serviços que não estivessem previstos no edital inicial. Em contrapartida, a empresa afirmava, por exemplo, que a largura das valas, previstas no contrato inicial, não seriam compatíveis com as características do solo.
Isso, por consequência, traria a necessidade de um redimensionamento das valas, o que implicaria em recálculo de valores e alteração no contrato. O que não foi aceito pela Corsan.
Porém, pedidos de certos materiais, como argila, areia e cascalho, para a recomposição de ruas de chão batido foram atendidos pela Corsan. A obra, após concluída, beneficiará 27 mil pessoas. O "Diário" ligou para a sede da Sul Cava, que ficou de retornar à reportagem, o que não aconteceu até o fechamento da edição.
Duas estações de tratamento
Além da obra da rede de esgoto do bairro Camobi, uma segunda licitação deve sair, ainda neste ano. É a construção da chamada Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) de Camobi, que vai ficar dentro da UFSM e irá tratar o esgoto da Federal.
As duas obras juntas a rede de esgoto e a ETE de Camobi deverão beneficiar 60 mil pessoas, conforme projeção da própria Corsan. Apenas a rede de saneamento no bairro representará um acréscimo de 8% na cobertura de esgoto do município, o que elevará para ma"